Consigo te imaginar sentada aqui, com as pernas cruzadas, sua gorda magreza, sua cara de tédio que tanto me encanta. Seu cigarro, o copo vazio e aquela cara que me diz tudo sem nada pronunciar. Seu cheiro e esse jeito se encaixam aqui, neste lugar sem nome nem forma, na minha imaginação. Ás vezes te sinto tão forte que parece que vou descer as escadas e deparar contigo na sala, fumando um cigarro e apontando visualmente para o copo de café em cima da mesa, que deduzo meu. Propositalmente há um pote de açúcar colocado ao lado do copo de café, como que num gesto sacana para atiçar minha cabeça. Olho para ele e sorrio, e você sorrí, e é quase como se tivéssemos nos beijado, mesmo a uns dois metros de distância.
Pego o café e nada muda, e tudo muda. A sensação é a mesma, mas a visão diferente. O café está alí, o cheiro de cigarro está alí, mas você, não.
Que saudade.
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