segunda-feira, 19 de julho de 2010

mais um texto sem sentido.

Eu te amo, por isso quero que você morra. Quero que não tenha que suportar a dor dessa vida, essas passagens ruins, todo esse desaprovo chato, essa melancolia entediada que sobrepõem-se na mesa e sustenta nossa fruteira. Quero que não tenha que sentir o cheiro fétido da necessidade de ser alguém. Alguém melhor que todos que conhece, alguém rico, alguém sucedido. Quero que morra por não ter vícios, ou por fazer desse, seu maior vício. O vício de não ter vícios. Quero que não tenha que temer o mundo à sua volta, que não o compreenda como eu faço, que não o odeie como eu odeio. Mas não quero que sejas burra. Chega a ser paradoxal. Não quero que sintas a dor dos que pensam, mas quero que penses. E se pensas, se fere. Porque só quem pensa atravessa o corredor de cacos de vidro descalço. Só quem pensa sente a chaga pútrida que é a sociedade. Só quem pensa se corta n'alma pelas pessoas que não pensam. Não quero que odeie o desconhecido. Mas quero que sinta medo dele. E que esse medo lhe mate. Porque este mundo não te merece. Não viva aqui. Se existes algo melhor, morra agora, antes de nascer e deixe sua alma ir para o céu enquanto ainda é pura. Enquanto ainda não se preocupa com dores, riquezas, sofrimentos. Enquanto ainda não foi consumida por pecados e desejos. Deixe este mundo para os fracos. Deixe-nos sucumbir a essa força. Sou fraco por ser forte. E queria não ter de ser-lo. Mas o que seria de mim se não o fosse ? Não sei ser massa de manobra. Estou decaindo.

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