Já perdi a conta de quantas vezes li seu depoimento ou entrei no seu blog ou ouvi seaside do the kooks ou cannonbal do Damien Rice ou folheei suas fotos no computador, porque eu tenho todas salvas caso você as tirasse do Orkut.
Já nem lembro mais quantas vezes senti o cheiro do seu perfume na rua e comecei a seguir um desconhecido de perto, só para me sentir mais perto de você. Quantas vezes sonhei acordado com você, às vezes não fazendo nada, só sorrindo para mim. Aliás, não preciso de mais nada. Seu sorriso já é tudo.
Às vezes meus pensamentos extrapolam alguns limites. Chego a me sentir bobo. Essa noite sonhei que eu tinha te ligado de Niterói e tinha lhe falado - " vamos fugir?" - e você aceitava e ia pra Niterói comigo e arrumava um emprego e eu arrumava um estágio e a gente começava a viver junto. Quando parei pra pensar no quão idiota isso havia sido, ri vitorioso: ainda sou capaz de amar como um adolescente". Não sei se é bem uma vitoria, mas nem foi tempo perdido.
Não sei quando vou te ver de novo e essa sensação me esmaga como se fossem duas paredes se aproximando cada vez mais de mim e não houvesse fuga. Gostaria de ter o mesmo privilégio de acordar do seu lado e te ver ainda dormindo. É algo que, às vezes, as pessoas nem percebem que é algo tão valoroso: acordar do seu lado. Não é nada exepcional acordar do lado de outra pessoa na maioria dos casos, mas nesse em especial eu queria ser a primeira pessoa a te dar bom dia e a última pessoa que você fosse ver todos os dias. Nossa, que tortuta! Acho que você não suportaria isso... hahaha
Queria poder fazer o seu café e colocar a xícara de açúcar do lado só pra te irritar e você me perguntar pra que que a gente comprou uma xícara de açúcar e eu responder que você comprou só pra me irritar e você fala "ai, Roque" e fazer cara de criança que toma injeção e eu rir e te abraçar e você falar "tá me machucando" e eu rir de novo, dessa vez mais sem graça e te largar e afundar a cara num livro. Sentir seu cheiro na casa toda, como às vezes sinto aqui em casa e me sinto bem. Se penso demais em você, tudo começa a ter seu cheiro e isso é bom. Melhor seria se pudesse ter você por completo, mas não vou reclamar de, pelo menos ter seu cheiro.
To pensando numa desculpa pra te ver, pra sairmos eu e você. Sem compromisso, sem ideias, sem hora pra voltar... só pra ver que nada mudou e que você ainda é a melhor companhia do mundo.
Só queria ter a oportunidade de te dar a oportunidade de enjoar de mim.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
eu já entendi melhor essa coisa chamada amor
Entendo fielmente o que está se passando. Mesmo sem ter sentido ou porquê. O amor é assim, entendo eu. Acontece. Simples e puro. Na mesma frequência da infância já na vida adulta. Me pego novamente remoendo meus lábios com os dentes e com aquela leve pruma de ansiedade que, quando era mais jovem, me fazia falar pelos cotovelos e não dormir. Hoje, muito mais tranquilo e já aceitando com certa parcimônia o fato de ficar apaixonado, me contento em ficar vendo e revendo mentalmente os momentos que passamos juntos. Acho que é isso que acontece quando vamos amadurecendo, não nos apaixonamos menos, apenas nos acostumamos com os efeitos colaterais da paixão.
Eu, pelo menos, estou me acostumando já aos efeitos de chegar perto de você. Porque quando você aparece no meu campo de visão, ocorre uma guerra interna que se você não percebe, estou indo muito bem nas aulas mentais de teatro. Uma perna minha começa a correr e a outra não anda, freia. Assim me aproximo: tentando me impedir ao máximo de correr, mais com medo de não conseguir parar e te carregar feito um pacote em meus braços até um lugar onde eu possa ficar conversando com você initerruptamente até eu padecer de velhice do que com medo de você perceber que eu estava correndo. E quando chego, começam as outras guerras corporais. Minhas bochechas, que até então eram perfeitamente conjugadas, começam a querer se afastar de uma forma quase que absurda, quase que pulando do meu rosto. Minhas orelhas, quase escondidas atrás da bochecha amolecem e se preparam para ouvir o tom da sua voz, aquele "oi" quase tão empolgado quanto a batida do meu coração. Esse, aliás, se transforma em baterista de death metal, quase batendo um bumbo duplo. Minhas pernas tremem, quer dizer, elas tentam sumir, quase que mandando eu me ajoelhar diante de você só para que você saiba que te idolatro.
Depois de algumas frases trocadas meu arquétipo começa a se controlar. O corpo todo pára, até meu estômago faminto desliga o vibrador para te escutar. Sua sinfonia percorre meu corpo inteiro, e a dança emana psíquica e meu sangue flui em tango apaixonado.
Dava pra passar a vida toda assim. Quieto, só olhando e ouvindo. Ah, como seria bom, poder passar a vida assim, só te olhando e te ouvindo. Falando um pouco é claro, como um gesto de cortejo para acompanhar a sua voz nessa melodia que chamamos de conversa e que nos soa contente, quase maravilhosa.
Dava pra passar a vida inteira assim esperando te ver no dia seguinte, só pra continuar assim...
Como diz o Caetano
"te espero meu bem, pra gente se amar de novo : mimar você" (8)
Eu, pelo menos, estou me acostumando já aos efeitos de chegar perto de você. Porque quando você aparece no meu campo de visão, ocorre uma guerra interna que se você não percebe, estou indo muito bem nas aulas mentais de teatro. Uma perna minha começa a correr e a outra não anda, freia. Assim me aproximo: tentando me impedir ao máximo de correr, mais com medo de não conseguir parar e te carregar feito um pacote em meus braços até um lugar onde eu possa ficar conversando com você initerruptamente até eu padecer de velhice do que com medo de você perceber que eu estava correndo. E quando chego, começam as outras guerras corporais. Minhas bochechas, que até então eram perfeitamente conjugadas, começam a querer se afastar de uma forma quase que absurda, quase que pulando do meu rosto. Minhas orelhas, quase escondidas atrás da bochecha amolecem e se preparam para ouvir o tom da sua voz, aquele "oi" quase tão empolgado quanto a batida do meu coração. Esse, aliás, se transforma em baterista de death metal, quase batendo um bumbo duplo. Minhas pernas tremem, quer dizer, elas tentam sumir, quase que mandando eu me ajoelhar diante de você só para que você saiba que te idolatro.
Depois de algumas frases trocadas meu arquétipo começa a se controlar. O corpo todo pára, até meu estômago faminto desliga o vibrador para te escutar. Sua sinfonia percorre meu corpo inteiro, e a dança emana psíquica e meu sangue flui em tango apaixonado.
Dava pra passar a vida toda assim. Quieto, só olhando e ouvindo. Ah, como seria bom, poder passar a vida assim, só te olhando e te ouvindo. Falando um pouco é claro, como um gesto de cortejo para acompanhar a sua voz nessa melodia que chamamos de conversa e que nos soa contente, quase maravilhosa.
Dava pra passar a vida inteira assim esperando te ver no dia seguinte, só pra continuar assim...
Como diz o Caetano
"te espero meu bem, pra gente se amar de novo : mimar você" (8)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
ser junto
Lá se ia de novo, convicto. Não era mais um homem. Era o movimento. A ação separada da pessoa. Naquele momento, sua existência era mera figuração. Não era ele que estava alí. Era só a emoção. Caminha tão firme que parecia que ele não se mexia, o chão que corria na direção oposta da dele.
A mulher reclamava no fundo, ele nem ouvia. O som passava como o vento passa pelos casacos. Sem causar o menor efeito na pele interna. Fechou a cara como fecha o tempo durante aquelas chuvas repentinas de verão. Verdadeiro temporal facial.
Bateu a porta com a força e o desempenho de quem diz que nunca mais vai voltar. Entrou no elevador como se tivesse certeza do que estava fazendo, mas nunca teve coragem de passar da recepção do prédio.
Acontece assim. Ele sempre se irrita. Ela é sempre uma idiota. Essa é sempre a última vez. Mas ninguém tem coragem de ir embora pra sempre e, no caso dele, ele não tem coragem de ir embora nem por cinco minutos. Amar é assim.
A mulher reclamava no fundo, ele nem ouvia. O som passava como o vento passa pelos casacos. Sem causar o menor efeito na pele interna. Fechou a cara como fecha o tempo durante aquelas chuvas repentinas de verão. Verdadeiro temporal facial.
Bateu a porta com a força e o desempenho de quem diz que nunca mais vai voltar. Entrou no elevador como se tivesse certeza do que estava fazendo, mas nunca teve coragem de passar da recepção do prédio.
Acontece assim. Ele sempre se irrita. Ela é sempre uma idiota. Essa é sempre a última vez. Mas ninguém tem coragem de ir embora pra sempre e, no caso dele, ele não tem coragem de ir embora nem por cinco minutos. Amar é assim.
sábado, 4 de dezembro de 2010
talvez uma promessa.
Você diz que me ama, mas a gente nem brigou ainda...
a gente nem se chingou até a morte, nem chorou de ódio.
A gente nem ficou uma semana sem se ver, ou deu um tempo
e mesmo assim, você diz que me ama.
A gente ainda nem viu o sol nascer ao contrário
a gente ainda não acordou de ponta cabeça, nem passou nenhum perrengue
você ainda nem sentiu ciúme da minha melhor amiga, ou das outras grandes amigas.
Nem das trocas de olhares, das conversas de bar ou dos abraços demorados
E mesmo assim, diz que me ama.
A gente ainda nem ouviu nosso tom de voz
nem se criticou
nem atirou coisas um no outro.
A gente ainda nem riu vendo um filme junto
chorou vendo um filme junto
Eu ainda nem odiei as coisas que você adora.
Você ainda não reclamou das minhas manias porcas..
E mesmo assim.. você diz que me ama.
Deixe apenas eu esquecer as meias no sofá
as roupas espalhadas na cama
espere eu parar de lavar os pratos e viver como se nada tivesse que ser feito.
Aguarde até eu ser demitido pelo menos e ficarmos no vermelho.
Quando não tivermos o que comer e você souber que a culpa é minha. Do meu orgulho infernal.
Aí sim eu quero que me olhe com sinceridade e diga, do mesmo jeito que diz hoje... "Eu te amo"
Ah! Sim, claro.
Como pude esquecer?
Você vai reclamar quando eu sair sem você
e vai dizer que está presa em casa
que eu só penso em mim
que não ligo para nada.
Que só quero saber dos livros
e eu não vou mexer um dedo.
Não vou falar uma palavra
você não está errada.
Muito menos eu.
te avisei que não era hora de dizer que me amava, mas você prometeu que não ia se arrepender.
a gente nem se chingou até a morte, nem chorou de ódio.
A gente nem ficou uma semana sem se ver, ou deu um tempo
e mesmo assim, você diz que me ama.
A gente ainda nem viu o sol nascer ao contrário
a gente ainda não acordou de ponta cabeça, nem passou nenhum perrengue
você ainda nem sentiu ciúme da minha melhor amiga, ou das outras grandes amigas.
Nem das trocas de olhares, das conversas de bar ou dos abraços demorados
E mesmo assim, diz que me ama.
A gente ainda nem ouviu nosso tom de voz
nem se criticou
nem atirou coisas um no outro.
A gente ainda nem riu vendo um filme junto
chorou vendo um filme junto
Eu ainda nem odiei as coisas que você adora.
Você ainda não reclamou das minhas manias porcas..
E mesmo assim.. você diz que me ama.
Deixe apenas eu esquecer as meias no sofá
as roupas espalhadas na cama
espere eu parar de lavar os pratos e viver como se nada tivesse que ser feito.
Aguarde até eu ser demitido pelo menos e ficarmos no vermelho.
Quando não tivermos o que comer e você souber que a culpa é minha. Do meu orgulho infernal.
Aí sim eu quero que me olhe com sinceridade e diga, do mesmo jeito que diz hoje... "Eu te amo"
Ah! Sim, claro.
Como pude esquecer?
Você vai reclamar quando eu sair sem você
e vai dizer que está presa em casa
que eu só penso em mim
que não ligo para nada.
Que só quero saber dos livros
e eu não vou mexer um dedo.
Não vou falar uma palavra
você não está errada.
Muito menos eu.
te avisei que não era hora de dizer que me amava, mas você prometeu que não ia se arrepender.
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