acabou. nao tem mais por que lutar. nao quero um talvez. nao nasci pra um se... queria certeza e queria liberdade. queria voce. mais que qualquer coisa voce. nao comigo. nem sem migo, mas feliz. voce como voce devia ser. sabe. livre. ai eu seria livre tambem. e ai tudo bem.. mas nao é assim que vai ser. nao to dizendo que to fazendo a coisa certa. nem to dizendo que to fazendo a coisa errada. apenas to fazendo mais uma coisa. sabe. é assim que tenho visto as coisas agora. nao espero nada. nem quero nada. vamos só ver sabe. ver o circo pegar fogo e ver os bombeiros chegar. e as vezes pensar que se voce tivesse feito algo voce podia ter evitado aquele acidente. mas acidentes acontecem e voce nao pode ficar querendo o melhor pra tudo sempre. mesmo que quando eu diga tudo eu esteja pensando só em voce. mesmo que essa minha frase tenha sido uma mentira. porque afirmar que eu to indo embora e depois dizer que é porque talvez nem sempre voce possa ter o melhor nem tenha percebido que eu disse inconscientemente que eu sou o melhor pra voce. e eu nao sou. voce é o melhor pra voce. do jeito que voce é. e é assim que te quero. perto ou longe.
antes de qualquer coisa quero te agradecer. te agradecer porque cresci com voce. quando voce me encontrou eu era uma criança arrogante. agora eu sou uma criança que sabe engolir as coisas as vezes e nao falar as coisas as vezes e as vezes até gostar das coisas que nao gosto. nao por voce, nem por mim. mas só por ser. sabe... voce me ajudou a ser uma pessoa melhor. e eu admiro isso. admiro isso porque nunca tinha escutado ninguem antes. eu fazia minhas regras. eu tinha minha liberdade. minha solidao. eu tinha eu. e eu era só o que eu precisava. até aparecer voce. ai eu já nao era o bastante. eu precisava de nós. mas nós não era possível. e aí eu ficava procurando outros nós... nós em corda, nós em cadarço, nós em fones de ouvido... nós curtos e compridos. mas nenhum nós era como o nosso nós. como eu e voce e como voce e eu e, principalmente como voce. acho que é ai que tá toda a magia. mas voce já tinha outro nó. um nó que era tão importante quando o meu nó. era um nó gasto meio velho e conhecido mas um nó com seu nome nele. e eu era só um nó. um nó novo e diferente. um nó cheio de novas possibilidades. mas era um nó que queria seu nome nele. e ficava tentando escrever o seu nome em mim. mas meus braços que seguravam o nó e quando eu tentava escrever seu nome, eu virava linha. e linha já nao era importante... o importante era nó. e ai eu virava nó e seu nome ficava escondido. e eu ficava tentando te mostrar que seu nome estava lá mas voce nem conseguia ver. e quando voce conseguiu ver nao sei se já era tarde ou se era cedo demais. mas nao foi a mesma coisa. ai eu fui tentando melhorar. me tornar um nó mais bonito. mais importante. mais leal. mas nao se trata disso. se trata de ser um nó que nao sou. e isso não dá pra ser.
dai eu fugi. fugi mesmo sabe. com tudo que era meu e algumas coisas que nao eram minhas a tira colo. e voce nem me viu fugindo e eu nao queria que me visse também porque qualquer movimento seu que fosse contra a minha fuga era força o suficiente para evitar que eu fugisse... ai eu ia ficar. e se eu ficasse eu nem sei se ia ter força pra ser nó nem vitalidade o bastante pra ser linha e ai eu podia ser nada. e ser nada nao é o que eu quero. e ser nada não é o que voce quer que eu seja. e eu nao quero que todo mundo saiba que as vezes eu só queria ser o nó mais importante. porque é egoísmo demais pra mim.
Daí eu fugi e voltei pra casa. voltei pra casa porque em casa eu to seguro. eu tenho tudo que me lembra voce e tudo que eu preciso pra nao achar que preciso de voce : nada.
nada porque nao preciso de nada pra te lembrar e nada porque nada é exatamente o que vou fazer pra te esquecer. porque nao vou. nao importa o que faça. nada. nada vai te esquecer. porque mesmo que eu fique como um louco tentando desamarrar teu nó da minha vida. a corda alí é mais fraca e se arrebentar eu me arrebento e eu nao quero que arrebente. nem quero desatar esse nó. porque eu já nao sei mais qual nó sou eu e qual nó e voce. e nesse bololo todo de nós e eu e voce e a gente e voce e ela e eu e ninguém e nem sei é que às vezes me sinto vivo. mesmo que na maior parte do tempo nao. mas as vezes tem um segundo. um segundo só que voce me olha com uma certeza que nem eu tenho e ai eu penso "é. isso tudo é que vale à pena." mas logo passo a pensar que fui um bobo por pensar isso.
Qualquer dia desses eu volto pra í. voce sabe. nao vou me afastar. nem consigo tambem. já te disse que tentei. mas não dá. até dá mas não vai ser. e aí fico nessa.sabe...
qualquer dia talvez a gente tente de novo e qualquer dia a gente acerte o ponto e faça um nó sobre nó que ninguém desate... enquanto isso, só vou voltar pra casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário